Já se passou um ano? Puramente pelos números, foi um ótimo ano. Os 100 maiores fundos cresceram, em média, 18,5%. Esse é um retorno muito bom.
Além dos números, certamente existem alguns pontos baixos também. Vejamos algumas das maiores histórias do mundo dos fundos. Leia também o relatório de Ben Johnson sobre as maiores histórias do mundo dos fundos negociados em bolsa em 2019.
Descanse em paz Jack Bogle
A maior história tem que ser a morte de Jack Bogle, aos 89 anos, em janeiro. O fundador da Vanguard claramente fez mais pelos investidores do que qualquer outra pessoa na história.
Desde que compartilhei estas reflexões sobre a vida de Bogle em janeiro, algumas coisas realmente se destacaram para mim. Fiquei impressionado com as centenas de pessoas que compartilharam histórias sobre conhecer Jack. Praticamente todas as pessoas compartilharam alguma história sobre conhecer o Jack e serem inspiradas por ele para fazer o melhor para os investidores. É notável que ele tenha mantido este zelo por toda a sua vida.
Se você conhece a história da Vanguard, sabe como é notável que ela tenha surgido. Foi necessário um conjunto único de circunstâncias, bem como a visão de Bogle, para trazê-la ao mundo. Mas, refletindo sobre isto hoje, acho que a Vanguard não é apenas única na indústria de fundos, mas é única também no mundo dos negócios em geral. Uma empresa de propriedade exclusiva de seus clientes que apenas cobra seus custos destes é realmente notável. No entanto, como os Vanguardians são rápidos em apontar, a empresa é muito a favor do lucro; apenas que este lucro é para seus clientes e não para um proprietário corporativo. Isso é um belo legado.
Invesco Compra Oppenheimer
A Invesco finalizou sua aquisição da Oppenheimer Funds em maio de 2019. A empresa se mexeu rapidamente para alterar sua família de fundos mútuos e transferir alguns profissionais de investimento de Nova York para Atlanta. Mas, na maioria das vezes, a Invesco procurava cortar custos fora do time de investimentos. Cortes de empregos ocorreram nas áreas de vendas e back-office, por exemplo.
Em 13 de dezembro, a Invesco anunciou uma segunda onda de consolidações, que incluíram a liquidação de 36 ETFs.
A Oppenheimer administrava seu lado com uma equipe bastante enxuta, portanto não houveram cortes lá. De fato, a Invesco pagou generosamente para segurar os principais gestores e analistas da Invesco até 2022. Dada a importância que seus gestores-estrelas tem para manter os ativos na empresa, isto não foi uma surpresa.
Uma Estrela Emergente Deixa a T. Rowe Price
Gestores deixam suas empresas o tempo todo, mas a saída de Henry Ellenbogen da T. Rowe Price foi uma grande surpresa. Ele dirigia o T. Rowe Price New Horizons (PRNHX), então com medalha Ouro, que havia obtido ótimos resultados. O fundo de mid-growth estava no cerne da forte família de crescimento de T. Rowe, por isto foi uma surpresa. Mas também foi uma surpresa pois a T. Rowe Price tem alguns outros gestores de crescimento não muito longe da idade da aposentadoria. Ellenbogen tinha 46 anos quando saiu e, portanto, alguém que a empresa esperava contar ainda mais no futuro.
Uma Surpresa Não Muito Boa Para a American Funds
A indústria de fundos mútuos teve alguns escândalo, mas a American Funds geralmente mantém sua reputação de ser completamente limpa. Por isso, foi uma surpresa saber sobre a saída de um gestor devido a problemas de conflito de interesses. Uma reportagem da BBC News relatou que Mark Denning tinha vários conflitos de interesse, incluindo um fundo familiar que possuía participações que se sobrepunham as carteiras que ele concorreu para o Capital Group, também conhecido como American Funds. Além disso, ele também investiu em uma empresa cujo CEO era casado com sua filha. Aparentemente, ele não divulgou nada disso para a American Funds.
Ainda não vimos evidências de que as ações de Denning prejudicaram os acionistas da American. Embora as notícias sejam decepcionantes, ainda temos uma opinião boa da American Funds.
Growth Bate Value
Falemos sobre um tópico que sempre é relevante. Mais uma vez, os fundos growth devem superar os fundos de value investing no ano. Até 11 de dezembro, o fundo médio de large-growth subiu pouco mais de 28% e o fundo médio de large-value subiu pouco menos de 22%. O fundo growth também superou o desempenho em 2018 e 2017, mas não em 2016. Nos últimos três anos, o retorno médio anualizado de 16,4% para fundos de large-growth foi quase o dobro do retorno anualizado dos large-value. Os large-growth estão superando os large-value nos últimos cinco anos em quase 400 pontos-base por ano, e em 10 anos em mais de 200 pontos-base por ano.
Cliff Asness, da AQR, argumenta que a maior parte do desempenho superior dos growth na última década foi porque seus fundamentos estavam melhorando mais rapidamente do que as ações value. No entanto, ele argumenta que, nos últimos dois anos, os growth superaram simplesmente devido ao aumento dos preços, em vez de melhorarem os fundamentos. Os gestores de value têm que esperar que estejam certos e que a tão esperada recuperação do value esteja chegando.
Passivo Bate Ativo
A outra mega tendência que está ocorrendo no mundo dos fundos é a movimentação de ativo para passivo. Até novembro de 2019, os fundos passivos tiveram entradas líquidas de US$ 413 bilhões no ano. Enquanto isso, os fundos ativos sofreram US$ 50 bilhões em saídas líquidas. Esses números incluem ETFs e fundos abertos. Os fundos ativos não tiveram entradas líquidas positivas desde 2014.
Embora as ações americanas tenham sido o maior atrativo para os passivos, os fundos de índices estão começando a virar a mesa para ações internacionais e também na renda fixa. Nos primeiros 11 meses de 2019, os fundos passivos de ações internacionais tiveram entradas líquidas de cerca de US$ 15 bilhões em comparação com saídas líquidas de cerca de US$ 4,5 bilhões para fundos ativos de ações internacionais. Os fundos de renda fixa ativos ainda superaram os fundos de renda fixa passivos, mas este ano a margem foi de apenas US$ 3 bilhões, até novembro.
Anarchy in the U.K.
Uma das maiores histórias de fundos mútuos do ano ocorreu no Reino Unido. Um dos fundos mútuos mais conhecidos de lá tornou-se uma grande bagunça, e os ativos privados provaram ser uma má escolha para um veículo que deveria fornecer liquidez diária. Você pode ler a opinião de John Rekenthaler sobre isso.
Bill Gross Deixa o Palco
A saída de Bill Gross da Pimco foi como um terremoto no mundo dos investimentos. Isto gerou resgates sem precedentes do fundo mais importante da casa, o Pimco Total Return (PTTR). No entanto, sua aposentadoria, alguns anos depois, na Janus, foi um evento bastante tranquilo. Embora muitos investidores tenham fugido da Pimco, poucos o seguiram até a Janus. E foi fácil ver o porquê. Ele começou com uma equipe muito pequena, o desempenho era inexpressivo e, quando se juntou a Janus, ele não se comprometeu a ficar por um período de tempo definido.
Mas vamos lembrar que ele realizou coisas notáveis na Pimco. Ele estimulou a abordagem institucional de retorno total que era incomum nos fundos mútuos de varejo, mas que logo se tornou a norma após o tremendo sucesso do Pimco Total Return. Ele ajudou a construir uma organização com grandes gestores, analistas, quants e traders. E o desempenho do Pimco Total Return enriqueceu legiões de investidores, pequenos e grandes.
Russel Kinnel tem uma posição nos seguintes valores mobiliários mencionados acima: PTTRX. Descubra as políticas editoriais da Morningstar.
Artigo original em https://www.morningstar.com/articles/959672/the-biggest-mutual-fund-stories-of-2019